domingo, 20 de maio de 2012



Como podemos transformar a informação gerada num contexto educacional, em conhecimento significativo para o processo-ensino-aprendizagem de nossos alunos e alunas?
          Podemos dizer que a sociedade atual é uma grande geradora de informação e que todos nós de certa forma estamos reaprendendo a conhecer, a aprende a aprender, a comunicar-nos, a ensinar, a interagir o tecnológico com o humano, a integrar  o grupal, o individual e o social.
          Educar é um processo complexo onde se é necessário existir uma colaboração entre mestres e alunos, seja nas escolas ou nas empresas, para que informações, das mais diversas, sejam transformadas em processos permanentes de aprendizagem, através de seus projetos de vida, no desenvolvimento de habilidades que permitam uma real compreensão para que possam descobrir seus próprios espaços pessoais, sociais e profissionais e tornarem-se cidadãos felizes, realizados e produtivos através da transformação de todo esse processo em conhecimento.
          Passamos por uma rápida mudança nos sistemas de informação no século XX e consolidá-se de forma ainda mais rápida no nosso século. Ainda não aprendemos todas as possibilidades de explorar cada meio de informação, migramos do livro para a televisão e vídeo e destes para o computador e a internet sem saber ao certo o que fazer com tanta informação disponível em nossa sociedade.
          Dentro desta ótica, o docente tem uma grande opção de possibilidades metodológicas para organizar sua comunicação com os alunos, presenciais ou virtuais, podendo introduzir temas, sugerir trabalhos, seminários, fóruns, ou outras atividades que possam contribuir para as transformações dessas informações em conhecimentos.
          Podemos trabalhar em processos contínuos de informação, comunicação e pesquisa, em uma parte de nossas aulas, aonde através do construtivismo vamos formando o conhecimento, no sentido de equilibrar os alunos individualmente ou de maneira grupal, possibilitando uma inter-relação saudável entre o professor-coordenador e os alunos-participantes ativos.
          O professor promove o incentivo, a motivação, proporciona os passos iniciais para um campo que não conhecemos através de informações. O aluno fazendo uso dessa motivação vai a campo, pesquisa, interage as informações, busca o saber. O professor continua gerenciando esse processo de aprendizagem,  coordena todo o andamento, num ritmo adequado, procura ser o gestor das diferenças e das convergências.
          Uma proposta viável para proporcionar essa transformação da informação em conhecimento é a da escolha dos temas fundamentais a serem pesquisados e de como trabalhá-los, através dos meios de informação disponíveis.  Sugerimos trabalhar os temas fundamentais coletivamente em pequenos grupos e os temas periféricos de maneira individual.  Caso tenha sido definida a internet como meio principal de busca das informações, a pesquisa em grupo pode se iniciar de forma holística, dando somente o tema sem referências a sites específicos, proporcionando aos alunos uma procura de acordo com a sua experiência e seu conhecimento prévio. Isso permite aumentar muito as opções de busca, com variados resultados, a descoberta de novos horizontes ainda desconhecidos tanto por eles como pelo professor. Depois de um determinado tempo o professor deve organizar os resultados, ainda em forma de informações, e indicando os caminhos mais promissores e descartando, com a participação dos alunos, as informações inúteis ou viciosas.
          O mestre é o elo de união do grupo. Textos e materiais que parecem ser mais promissores são salvos e enviados no endereço eletrônico dos alunos, ou impressos, caso seja necessário. O próximo passo é fazer uma síntese dos matérias coletados, das questões levantadas e das ideias percebidas. O professor pede que todos leiam esses materiais que parecem os mais importantes para o próximo encontro, sugerindo que todos façam uma leitura mais aprofundada para uma discussão mais rica e profunda, onde todos possam estar com conhecimento de causa. O mestre, nesta etapa, utilizou do planejamento que foi utilizado na realização do material preparado e o enriquece com as novas contribuições da pesquisa cooperativa realizada pelos alunos.
          Podemos perceber que neste processo o aluno não é um tarefeiro que excuta atividades, mas é o de um pesquisador, que gera riqueza e qualidade nas informações coletadas. O mestre, sempre atento a essas descobertas e dúvidas, promove um intercâmbio das informações, problematizando-as, incentivando-as e relacionado-as.
          A internet é um universo que promove a construção cooperativa, um trabalho concomitante entre os professores e alunos, que podem estar próximos física ou virtualmente. Podemos estar juntos, mesmo longe fisicamente, e participar de uma pesquisa em tempo real, de um projeto com várias equipes, de uma determinada investigação sobre uma problemática de nosso mundo atual.
          O professor interfere com a ajuda e contextualização, ampliando o universo alcançado pelos alunos, problematizando a descobrir novos significados no conjunto das informações coletadas. Esse caminho de constante “feedback”, onde todos estão envolvidos e participativos, tanto na sala de aula ou numa lista eletrônica, é fascinante, repleto de criatividade, transbordando de novidades e avanços. È neste momento que o conhecimento tem seu nascimento a partir da própria experiência e que torna muito mais forte e definitivo em nós.



BOTTENE, Marco, A. V. Metodologia do ensino superior. Joinville: Facel/Aupex, 2011.










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